A Substância
Por José Roque Guimarães, novembro/2024.
O longa é dirigido e escrito por Carilone Forgrat ( Vingança 2017; Reality+2014; A Substância 2024) e estrelado por Demi Moore, Margatet Qualley e Dennis Quaid com cinematografia de Benjamin Kracun. Recebeu Palma de Ouro em Cannes de melhor roteiro em 2024.
Demi Moore faz Elisabeth Sparkle e Margeret Qualley é Sue, a versão jovem e bonita de Elisabeth que é uma atriz em decadência que se vê repentinamente substituída devido à idade. Recorre a uma substância que proporciona juventude e beleza no corpo de Sue, a mesma Elisabeth linda e jovem. Tudo funciona perfeitamente no início até que a diretora nos leva a um crescendo de falência horrorosa daquele plano inicial. Um crítico definiu o gênero como um subgênero de horror, o horror corporal. Isso vemos cada vez mais ao longo do filme na abordagem do tema tão antigo como o sapiens, a busca constante da juventude e beleza.
Mas o que gostaria de chamar atenção não é tanto sobre isso tudo e sim o que o diretor de cinematografia, Kracun, utilizou para nos fazer mergulhar no filme. Big close-ups, macros e planos ousados. Foi mestre com esses recursos. Parece que só podia ter sido fotografado assim. Maria Helena Guaragni usou a palavra “coragem” para comentar. É exatamente esta que estava na minha cabeça ao sair da sala. Coragem da diretora que tratou tão diferentemente um tema ancestral e muito atual (o Brasil é o
campeão mundial de cirurgias plásticas). Coragem das atrizes. Lembro da Demi Moore como verdadeira deusa em Ghost, depois uma boneca de silicone e músculos em Striptease e agora madura saindo de um ostracismo, completamente em pelo para o mundo. Como pessoa e atriz é preciso “peito” prá isso. Coragem de Margaret Qualley que tão nova aparece intensamente. Do diretor de fotografia como mencionado acima. Por fim coragem nossa, espectadores que encaramos esta paulada. E gostamos.