Luís Tadeu Vilani, ou apenas Tadeu Vilani, pode ser resumido em duas expressões: um grande fotógrafo e uma pessoa muito especial. Nascido em 1965 e vindo de Santo Ângelo/RS, nunca de fato deixou suas raízes. Exerceu trabalhos como fotógrafo profissional em vários meios de comunicação. Ganhador de inúmeros prêmios nacionais e internacionais de fotografia. Mas são seus trabalhos autorais, marcadamente em preto e branco, que transmitem um especial olhar, com a facilidade de se dizer: “essa imagem é de Tadeu!”, mesmo sem ter qualquer assinatura física. Possui projetos dos legados arquitetônicos das reduções missionárias no RS, Argentina e Paraguai. Mas sua preocupação fotográfica está centrada nas pessoas, em compreender cada uma delas em seu local e momento. A sensibilidade é sua maior marca fotográfica. E aí temos registros de várias etnias que integram a miscigenação gaúcha, começando pela italiana, passando pelos poloneses, alemães, russos, açorianos, além dos negros. Há uma razão mais profunda nessa documentação: suas origens, marcadamente italiana, polonesa e negra.
Nos últimos anos, está complementando um trabalho único, com algumas publicações já feitas: registrar o bioma do pampa, em extensões de campos do Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina. Já foram dezenas de expedições e viagens. Esses registros revelam um olhar realmente único de: a simplicidade e, paradoxalmente, a complexidade de compilar tanta história e tradições em imagens. Neste trabalho, tem a preocupação de mostrar a importância das mulheres, muitas vezes “invisíveis” aos olhos da maioria dos que imaginam o que ocorre nos confins dos campos.
De sorriso franco e alma bondosa, revela sua sensibilidade que pouco se vê: seu choro de verdadeira emoção ao sair da “Patria Gaucha” em Tacuarembó no ano de 2022, após alguns dias embrenhado em corredores de campos uruguaios, dar um abraço apertado no companheiro de jornada e agradecer pela vida e oportunidade que tem é a certeza de que a sua pessoa e as fotos produzidas por ele trazem em cada detalhe as raízes da alma humana.
Texto: Douglas Fischer
